terça-feira, agosto 01, 2006

Submissão nos momentos críticos

Existem dias em que entramos em certas “crises” espirituais. Uma delas é o dia em que nos perguntamos “como algum dia eu poderei ser capaz de morrer pela minha fé? Como poderei resistir ás pressões da sociedade? Será que minha fé é grande o suficiente para eu resistir nos dias de provas e situações críticas?”. Talvez uma ilustração nos ajude a sabermos o que fazer.
Sou “cachorrólatra”...eu admito. Sou fissurada por esses bichinhos que cativam nossa atenção (em especial a minha) e fazem a gente expressar, com aquela vozinha mais entonada, “aaaaiiii que lindo”. Então, em uma dessas minhas loucuras no ano retrasado, adotei para mim (por um preço, é lógico) o cachorro dos meus sonhos. O cachorro que eu havia sonhado em ter desde os cinco anos de idade (já imaginou uma criança de 5 anos pedir por um vídeo sobre uma raça de cachorro em vez de um pônei ou uma boneca??) estava finalmente na minha casa e chamei-o de Golias (já podem imaginar as características da criatura...). Logo depois de ter a idade certa e as vacinações para passear, saí toda orgulhosa com o meu filhote lindo de coleira nova e tudo. Já no parque, deixei ele solto pensando ser seguro o suficiente para ele aventurar-se no seu novo mundo. Distraída, conversando com minha amiga tomando um sorvete no calor porto-alegrense, de repente percebi que o meu “filho” não estava mais ao meu lado mas estava no meio da rua sendo praticamente atropelado pelos carros que passavam. Então eu...
Vamos parar um pouquinho por aqui. O que você faria nestas circunstâncias? Vamos supor que não fosse o meu cachorro nesta ocasião mas talvez o seu filho (nesse caso o “Golias” era meu filho mas cada um com seu exemplo, né?). Talvez inclinar-se-ia no banco da praça e diria “Oh amiga, o Golias está no meio da rua, acho que devo ir até lá e tirá-lo antes que ele seja atropelado, mas antes, vamos tomar mais um sorvetinho?”
Ou você corre sem noção de velocidade, não dando a mínima para o que estão pensando de ti ou quem você vai ter que atropelar no meio do caminho pra chegar lá o mais rápido possível a fim de que ele fique são e salvo novamente?
O que seria mais fácil fazer? Espere! Não responda tão depressa!! O que é mais fácil em questão de esforço deliberado? Estar sentado num banco confortável e tomar sorvete de flocos ou correr 50 metros numa velocidade absurda? Qual das duas requer mais energia? Qual delas queima mais calorias?
Por outro lado, se você realmente ama seu filhinho (ou cachorro...), qual das duas medidas seria mais dura praticar? Não há o que discutir, não é? Pode ser necessário uma corrida fenomenal e um impulso sobre-humano para salvar o seu filho dos carros e de um possível atropelamento, mas exigiria um esforço IMPOSSÍVEL permanecer sentado no banco!
Por que usei essa ilustração? Por que acontece a mesma coisa com nós cristãos hoje em dia e a nossa distinção do que temos que fazer em relação ao esforço envolvido em viver a vida cristã. Existem cristãos hoje que pensam que pelo fato de não podermos combater o pecado com nossas próprias forças e de que devemos submeter toda a nossa vida e nossos planos nas mãos dEle, que devemos viver uma religião sem esforço. Pra quê se esforçar em alguma coisa? Deus faz tudo por mim!
Necessitamos totalmente de Deus e nossa vida deve sim ser entregue totalmente a Ele. Até por isso que Deus colocou dois versos fantásticos na Bíblia como João 15:5 em que Jesus diz “Sem Mim nada podeis fazer” e Filipenses 4:13: “Tudo posso nAquele que me fortalece”, entre muitos outro. Portanto, separados de Cristo nada podemos fazer, e com Ele podemos fazer todas as coisas. Então, o que temos que fazer? Nos achegarmos a Ele! E como fazemos isso?
“Mediante a oração e o estudo das grandes e preciosas verdades de Sua Palavra, seremos alimentados, como almas que têm fome; como os que têm sede, seremos dessedentados à fonte da vida” - O Maior Discurso de Cristo, pág. 113.
Para os pais ou donos de cachorros, as dificuldades dos cuidados e de relacionamento diário podem até ter exigido esforço penoso. Mas, quando ocorre uma situação crítica, o esforço necessário é totalmente espontâneo.
Assim, é conosco. Todo tipo de esforço deliberado é requerido de nós na nossa comunhão diária com nosso Criador e certamente o esforço espontâneo para com outras coisas maiores virá como conseqüência.
por Marina Garner